É com nostalgia que me lembro daqueles passeios a pé pelas serras da Madeira, seguindo as levadas que foram contruidas há dezenas de anos para encaminhar por toda a ilha a água abundante, aproveitando-a e levando-a onde fazia mais falta. Saiamos cedinho, 3 ou quatro amigos, caminhando a pé desde a beira-mar onde viviamos subindo primeiro as estradas de paralelipípedo, depois os caminhos de terra batida e ao chegar à serra, as veredas. Levavamos comida e bebida, numa mochila, sapatos confortáveis e uma lanterna, que era indispensável para atravessar o furado do Rabaçal. O furado extenso, escuro como breu, frio e estreito, pingando permanentemnte água gelada do tecto a um ritmo melodioso, era para nós as entranhas daquela montanha que tinhamos de atravessar e subir para chegar ao Rabaçal e constituia um dos pontos altos do passeio; transmitia-nos ao mesmo tempo um misto de tranquilidade, respeito e aventura. O atravessar do furado demorava cerca de 15 minutos a bom passo e quando final